“Pro Mundi Vita”: Dom Dulcênio Celebra 24 anos de Ordenação Episcopal
A
Diocese de Campina Grande viveu, na tarde desta segunda-feira (16), um momento
de fé, gratidão e comunhão, ao celebrar os 24 anos de Ordenação Episcopal de
Dom Dulcênio Fontes de Matos, Bispo Diocesano. A solene missa aconteceu no
Seminário Diocesano São João Maria Vianney e reuniu clérigos, religiosos,
religiosas e fiéis leigos para a ação de graças.
A
Santa Missa contou, também, com a presença de três irmãos no Episcopado: Dom
José Ruy, da Diocese de Caruaru, Dom Antônio Carlos, da Diocese de Petrolina, e
Dom Genival Saraiva, Bispo Emérito de Palmares, que se uniram a Dom Dulcênio
nesta significativa data. O momento foi marcado por manifestações de
reconhecimento e carinho pela missão pastoral exercida ao longo de mais de duas
décadas.
Ordenado
bispo em 16 de junho de 2001, na Diocese de Estância (SE), Dom Dulcênio recebeu
a imposição das mãos de Dom Hildebrando Mendes Costa, então bispo daquela
Igreja Particular, hoje Emérito. Seu lema episcopal, Pro Mundi
Vita — "Para a vida do mundo" — reflete a entrega e
dedicação ao serviço do povo de Deus.
A
celebração também teve um caráter vocacional especial. Foi ocasião de ação de
graças pela conclusão do curso de Teologia dos seminaristas Alan Pereira, Mayke
Everson e Miguel Rocha, da Diocese de Campina Grande, e Emerson Sávio e Emerson
Souza, da Diocese de Petrolina. Os jovens se preparam agora para os estágios
pastorais, etapas importantes rumo à ordenação diaconal e presbiteral.
Ao
final da missa, o bispo recebeu diversas homenagens. Entre elas, destacou-se a
dos seminaristas da Diocese de Campina Grande, que entregaram um quadro com a
linhagem episcopal de Dom Dulcênio, representando a sucessão apostólica.
A
obra apresenta uma linha sucessória autêntica que remonta ao ano de 1500 e
chega até os dias atuais. De acordo com o conteúdo, a sucessão apostólica foi
transmitida, ininterruptamente, por 26 bispos, desde o patriarca de
Constantinopla até Dom Dulcênio.
Homilia
Com profunda alegria, Dom Dulcênio iniciou sua pregação
agradecendo os seus 24 anos de ordenação episcopal, ressaltando a vocação como
um dom de Deus para toda a comunidade.
Ele destacou que o ministério é uma entrega cheia de amor e
compromisso, que exige zelo, intercessão e humildade para carregar o rebanho
confiado a ele. Essa caminhada, apesar das dificuldades, é sustentada pela fé e
pela presença constante de Cristo.
“Com o coração profundamente agradecido, hoje subo ao altar do
Senhor para, junto com vocês, celebrar tantos motivos de louvor. Hoje o Senhor
nos reúne ao como uma família que celebra, agradece e também se despede.
Celebro com alegria meus 24 anos de ordenação episcopal, 24 anos “Para a vida
do mundo” (Jo 6,51). Mas celebro também a vida e a vocação de cada um que aqui
está, como dom de Deus à Igreja”, trouxe inicialmente.
Ao recordar o chamado de Jeremias, Dom Dulcênio destacou que Deus
conhece e escolhe antes mesmo do nosso nascimento, reforçando o mistério e a
graça da vocação. Para ele, ser bispo é viver um amor que queima sem consumir,
sempre atento ao Evangelho e à missão confiada.
“Hoje, quando retorno com o coração ao dia 16 de junho do ano do
Senhor de 2001 — dia da minha ordenação episcopal —, sinto que estas palavras
ainda me sustentam: “Eu te consagrei, Eu te enviei, Eu estarei contigo.” A
vocação episcopal é ferida de amor. Marca que queima sem consumir. Ser bispo é
viver com as sandálias do zelo e os joelhos da intercessão. É carregar nos
ombros o rebanho e no coração a cruz do Bom Pastor. E é isso que, com
humildade, tenho procurado viver nesses vinte e quatro anos. Nem sempre com a
força que eu queria, mas sempre com a fé que Ele me deu”, destacou.
Dirigindo-se aos seminaristas, o bispo os encorajou a abraçar a
renúncia e o compromisso, pois o Evangelho não promete facilidades, mas uma
vida plena. Ele compartilhou sua experiência pessoal, mostrando que, mesmo com
cruzes, nunca lhe faltaram irmãos, missões e a presença da Igreja.
"Queridos seminaristas, não tenham medo da renúncia. O Evangelho
não promete facilidades, mas plenitude. Vocês deixarão muita coisa para trás —
mas ganharão uma multidão de rostos, de histórias, de irmãos. Ganharão uma
Igreja inteira. Um povo que esperará por vocês, mesmo sem conhecê-los, mesmo
sem saber seus nomes”, pregou.
Por fim, Dom Dulcênio agradeceu às dioceses, formadores e irmãos
no ministério pela comunhão e apoio na formação das vocações. Ele concluiu confiando
o seminário, os seminaristas e seu ministério a Maria Santíssima, pedindo que
ela os guie a cada dia para responder com generosidade ao chamado divino:
“Eis-me aqui, Senhor, envia-me.”
“Concluo com as palavras do salmo que cantamos: “Felizes os que
habitam vossa casa, ó Senhor!” Sim, felizes os que habitam esta casa do Senhor,
porque nela se escuta a Palavra, se recebe a Graça e se aprende a amar. Que o
Senhor continue a nos abençoar e que Maria Santíssima, Mãe dos Sacerdotes,
confio esta casa, esta missão e este rebanho. Confio também o ministério
episcopal dos meus irmãos aqui presentes, o serviço dos formadores e caminhada
dos nossos seminaristas. Que Ela nos ensine a dizer cada dia, como Jeremias:
“Eis-me aqui, Senhor, envia-me”, concluiu.
Por:
Ascom
Fotos: Pascom Diocesana (Joaquim Urtiga e Matheus Borges)